segunda-feira, dezembro 08, 2003

Sobre Animais de estimação e lembranças...
Um post cheio de fantasmas e espíritos.


Muito bem, ... Coloquei a Foto do Duque aqui porque nas últimas semanas acabei lembrando dele (Acho também que foi por causa de alguém que gosta de cachorros.)... aliás... lembrei de outras coisas, coisas que não queria ter lembrado, coisas que deveria ter lembrado mas não faço a mínima questão...



Mas, ... o Duque... Muito bem... lembro que antes dele tínhamos o Dino, ele era bonzinho (Mas como a maioria dos cachorros, burro...). Minha vó (Mãe da minha mãe.) tinha um cachorro chamado Bob...

Não lembro o que aconteceu com o Dino... só lembro que, quando era primavera e apareciam aqueles insetos que adoram bater com a cara numa lâmpada, o Dino ficava inquieto... ele corria pelo quintal e tentando pegar os insetos e comia... como tinham muitos (Naquele tempo a cidade era um pouco menos poluída.) ele, farto, desistia... Ele cismava com uma tartaruga que tínhamos no quintal dos fundos.

A tartaruga se chamava Touché (Por causa do Desenho. Velho!). Não temos fotos da Touché, acho... (Do Dino talvez.) ... desde que tenho um pouquinho que consciência eu lembro da Touché (Acreditava que ela estava naquele lugar no quintal desde antes de eu nascer.) naquele mesmo lugar no quintal, com sua casinha... Mas lembro que um dia... ela não estava mais Lá... No quintal... Procuramos, perguntamos para todos na vizinhança, e nada!



Depois, o Bob (Cachorro que era da minha Avó materna.) morreu, ele saiu na rua, numa madrugada, para procurar alguma cadelinha (Safado!!!) e encontrou, mas ela estava presa num quintal. O Bob tentou entrar de enfiando pela grade... e morreu asfixiado. (Típico de cachorro.) Então tivemos que dar o Duque para minha avó pois ela precisava de um cachorro para vigiar a casa... e o Duque se foi... Nunca mais eu o vi.

Daí... mais ou menos em 89-90, uma vizinha que criava gatos (Para venda.) ofereceu uma gatinha, recém-nascida, para minha mãe, foi nossa primeira gata, a Bel... A Bel era uma siamesa com o focinho escurão (Lógico, depois de adulta.), com o olhar, ao mesmo tempo, austero e curioso, tinha o temperamento forte. Tanto que, um dia, ela deu uma corça no gato da minha tia (O Blue, siamês também.), quando eles estavam no cio... A Bel era inteligente (Isso me fez começar a gostar de gatos.), tinha personalidade, era companheira, carinhosa. Acho que ela teve umas quatro crias, depois minha mãe devolveu para a mulher com a condição que, na próxima cria, ela retornasse uma outra gatinha. Dito e feito...

A seguinte, então, foi a Miúcha, ficamos um tempão com ela... Idêntica à Bel, mesmo temperamento e mais inteligência... sabia abrir a porta e a janela de casa para sair no quintal, acordava a gente de manhã... Ao mesmo tempo tivemos a Cachucha (A Cachorrinha da minha irmã.).

Temos foto da Cachucha, da Bel e da Miúcha (Apesar de serem muito parecidas e eu me confundir às vezes.). A "Mimi" (Como chamávamos a Miúcha.) foi a melhor gata que a gente teve! ELa era conhecidíssima na rua e como ela era carinhosa, todas as criancinhas gostavam dela, chamavam ela no portão para fazerem carinho e ela fazia charme, era engraçado... Tinha que ser a Miúcha... Até que um dia, acho que era sábado e estávamos almoçando (Umas 14:00 acho.), ela foi atravessar a rua para ir na casa da vizinha da frente (Estava cheio de crianças lá.) e ela foi atropelada por um carro que subia a rua.

A vizinha e a criançada da rua tentou parar o carro para não atropelarem ela, só que eles escutaram um "Ah! É só um gato!" e o carro acelerando... o motorista passou duas vezes por cima dela... Lembro que escutamos um barulhão na rua e fomos ver, antes de chegar na porta encontramos a Rita (Vizinha da frente que também foi minha professora do Jardim.) dizendo que a Miúcha (Todo mundo conhecia ela pelo nome.) tinha sido atropelada, meu pai correu para a rua, pegou ela do asfalto (Ainda viva.)... ela morreu nos braços do meu pai e eu, meus irmãos e mais quase todas as crianças da rua vimos isso, chorando... Depois, um amigo nosso (O Robson, que era fortão.) e meu pai, cavaram a cova dela, no quintal do fundo, ao lado da pitangueira (Perto de onde ficava a casinha da Touché.). Acho que foi quando eu prometi a mim mesmo que não queria nunca mais chorar...

A Cachucha morreu antes da Miúcha... ela pegou uma doença... não lembro o que... só sei que ela teve que ser sacrificada... Mas eu já não gostava mais de cachorros...



Depois disso tivemos a Michele e o Tom (Já estava no colegial.)... A Michele já era velhona, escurona... o Tom era um siamês com a pontinha do rabo torto, a Michele era complexada (Ela devia ter sofrido muito já.), tanto que a gente chegava perto dela e ela começava a ter convulsão, isso até se acostumar com nossa presença... O Tom era extremamente carente, ele gostava de carinho, mas, como todo gato macho, era rueiro, começou a passar as noites na rua (Safado!). Ele, todo dia de manhã, miava na janela da sala para entrar, minha mãe abria a janela e ele "pedia" água para minha mãe, ele tomava água na mão dela... Lembro que o Tom, quando queria dormir e começava a fingir estar mamando (Os gatos tem isso. Acredito que seja instinto, que os remetam ao ninho, ao momento em que estão com as mães...), quando estava ronronando, ele pegava aquela parte torta na pontinha do rabo dele e começava a chupar como uma mamadeira (Ou a tetinha da mãe.). A Michele era muito mais recatada, quietinha... só ficava dentro de casa... Num domingo, minha irmã e eu estávamos voltando da missa quando um dos meninos da rua veio perguntar se não tínhamos um gato branco... encontramos o Tom, envenenado, duro, na porta de uma casa em reforma...

A Michele morreu quase um ano depois, de hepatite (Doença de humano...)... Mas antes tivemos o Negão (Outro gato só que vira-lata.), também rueiro, só que briguento, gigantesco (Acho que o maior gato que tivemos.)... Numa noite a gente escutou uma briga de gatos, quando fomos ver o que era, o Negão entrou correndo e se escondeu debaixo da minha cama, quando fomos ver o rabo dele estava quebrado... Tivemos que amputá-lo, na última vértebra (Quase rente ao corpo.)... Tanto que meu irmão começou a tirar sarro dele dizendo que era rueiro e por isso tinha ficado cotó, etc e tal... O Negão quase não saía mais... até que ele também se foi...

O Negão, o Tom, a Michele... todos estão enterrados ao lado da pitangueira...

Depois tivemos a Punk (Siamesa também!) inteligentíssima como a Miúcha... mas eu já não tinha mais muito carinho... já era tanto animal de estimação morto... já era tanto sentimento aparentemente enterrado no jardim...

A Punk era extremamente independente... ela teve uma cria... depois de uns seis meses percebemos que ela estava doente... Começamos um tratamento pois ela estava com câncer no Baço, só que não sabíamos que ela estava esperando filhotes depois, então tivemos que operar pois os filhotes tinham morrido e estavam necrosando no útero dela...

Quase na mesma época encontramos a Menininha (Sim! Este é o nome dela, ou Mocinha também.), com os filhotes... fez o ninho no motor do carro do meu pai... A Punk pegou os gatinhos da Menininha para "criar", o único problema foi que a Punk não tinha leite... mas serviu para suprir a carência que a Punk (Sem filhotes.) e os gatinhos (Que a Menininha não ligava muito.) tinham. Daí ficamos com a Punk, a Menininha, o Amarelão e a Pretinha (Filhotes da Menininha.)...

O Amarelão morreu como o Tom... A Pretinha sumiu (Nunca soubemos o fim dela pois ela também era rueira.), aliás... Eu brincava que a Pretinha era Lésbica, pois ela miava grosso, batia nos gatos e era rueira (Além de ter vários carinhos estranhos com as outras gatas.). Acabamos ficamos com a Punk e a Menininha... Até que há uns dois/três anos a Punk morreu de forma semelhante à Miúcha, só que sem choro (Só da minha mãe e meus irmãos.), sem criançada...

No ano que entrei na facul, no almoço (Na verdade foi um churrasco.) de ano-novo, apareceu uma cachorra na rua... ela foi ficando, ficando até que meu pai a adotou... a Boneca (Como ele a chama.)... não tenho muito que falar sobre ela... não ligo para a presença dela, não gosto, principalmente quando ela fica latindo no meio da noite... Tudo o que consigo falar dela é que é marrom claro... Só...

Sobrou a Menininha: independente, brigona, capaz de defender seu território, distante emocionalmente... e chegou a Tábata (meio persa, meio angorá ... sei lá o que ela é!): Peludona, fresquinha, inteligente... Agora a Tábata teve filhotinhos... mas cansei... não quero mais nada, acho!

Lembro de vários peixinhos: Beta, Dourados, Cascudo... Pequenas carpas... todos pelo vaso... e vários animais enterrados ao lado da pitangueira...

Aliás! Nem sei porque contei esta babaquice toda, não gosto muito de lembranças...



Não gosto de lembrar...
Pois me remete há algo que passou...
Não importa se é bom ou ruim.

Não preciso lembrar de coisas que passaram
Pois já sei a lição, pois, em minha mente,
ocupa espaço e tenho outras coisas para pensar.

Remover poeira traz a irritação,
o cheiro de mofo ou naftalina
ou, mesmo, as traças e outros seres não desejáveis.

Já aprendi, por que lembrar, então?
E, se não, viverei novamente...
E, então, aprenderei...




Até.
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