sábado, janeiro 17, 2004

Leitura?!

"Mas quem deverá ser o mestre? O escritor ou o leitor?"
Denis Diderot - Jacques, o fatalista, 1796

Você gosta de ler? É daqueles compulsivos que lêem até bula de remédio, cartaz na rua e manual de eletrodoméstico (Ops... Me pegaram!) ... Uma história da Leitura - Alberto Manguel conta a experiência do próprio autor na leitura, algumas situações semelhantes e outras totalmente advérsas às nossas... mas que nos mostram que, apesar de diferentes, somos parecidos em parte.

A oportunidade de ser o único a ver o protagonista se libertar da prisão antes que os guardas notem sua ausência; de viajar pelas linhas dos poemas escritas sobre o papel como ondas na areia da praia; de presenciar o limo do lado sombrio de uma pedra como você nunca vira na realidade; de chorar em tragédias (Não na realidade mas em sua imaginação, em seu íntimo.); de visualizar as guerras mais épicas da história e, até, de comandá-las: "Arqueiros! Cavalos em ordem! Quero todos os cavalos em FILA! Atacar!"... A chance de descobrir o assassino, de retornar páginas e páginas e lê-las novamente só para confirmar as pistas... de sentir em si, como ninguém, a dor da picada da cobra, a queda no deserto e sentir, após abrir os olhos em meio a grama, que o príncipe voltou para casa, e está revolvendo os vulcões, e cuidando de sua rosa (Isso não está escrito mas sei que muitos pensaram...).

Quem nunca fez isso? Lógico que cada qual ao seu modo, como o próprio Manguel diz finalizando uma bela descrição de fotos e obras de arte de diversos tempos e lugares (Todas mostrando leitores.), logo no início de seu livro:

" ...
Todos esses são leitores, e seu gestos, sua arte, o prazer, a responsabilidade e o poder que derivam da leitura, tudo tem muito em comum comigo.
Não estou sozinho.
"

Particularmente sigo uma série de "rituais" quando leio, englobam desde a abertura do livro, ambientação para a leitura e atenção, creio que todos tem algum ritual de leitura e que o repetem a cada livro não importando se, no final, gostaram ou não. É como uma benção para que o livro seja bom, a história seja deliciosa e o tempo ajude, como um viajante...

Até.
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