METRÓPOLE - O ESTADO DE S.PAULO
Terça-feira, 8 de Março de 2005
Se mudar, eles vão protestar
Ainda não há definições sobre as mudanças dos ônibus, mas passageiros já estão preocupados com eliminação de linhas
(Carla Miranda e Moacir Assunção)
Apesar de o futuro de algumas linhas não estar definido, há passageiros que já prometem resistir a mudanças. É o caso dos moradores do Jardim Mangalot, na zona norte. Pelo estudo preliminar da Prefeitura, o trajeto até a Praça Ramos poderia ser feito com os ônibus que saem do vizinho Jardim Líbano, passam no Mangalot e depois seguem para o centro.
O problema, dizem os moradores, é que o ônibus chega lotado ao Mangalot. "Se tirarem nosso ônibus, vamos fechar mais uma vez a avenida e fazer abaixo-assinado. A linha tem de continuar", diz a recepcionista Marisa Santos. Os protestos ocorreram há quatro anos, quando se tentou encerrar a linha. E a população venceu. "Serei o primeiro a protestar se mudar", diz o conferente Lourenço Guimarães.
O secretário Frederico Bussinger diz que a sociedade precisa entender os benefícios da racionalização do sistema, como a economia de recursos públicos. "As pessoas consideram as linhas como suas, como conquistas da associação de bairro ou de um vereador. Há que se pensar no todo."
Também estão na mira itinerários extensos, que contrariam a lógica do Interligado. As que deixarão de existir não foram decididas, mas o Estado encontrou exemplos na cidade. Como a 2004, que liga Guaianases, no extremo leste, ao Jardim Míriam, no sul. Ou a Terminal Parque D. Pedro II-Cidade Tiradentes, trajeto de 38 quilômetros que leva 1h15 para ser cumprido, fora do rush.
A vendedora Gorete do Nascimento, de 26 anos, perde cinco horas diárias no ônibus. "Apóio qualquer coisa para diminuir esse tempo. Mal chego em casa e tenho de voltar", reclama Gorete, que mora em Cidade Tiradentes e trabalha em Pinheiros, zona oeste, e Luz, no centro. Para piorar, os ônibus, do Consórcio Sudoeste, estão em condições ruins.
Embora considerem a linha longa, os passageiros divergem se o trajeto deveria acabar em um terminal intermediário. "Quanto mais baldeações, mais tempo perdido", diz o pesquisador de mercado Gilmar Ramos, de 33. "Se tiver Passa-Rápido e paradas rápidas, a gente ganha tempo", alega o ajudante geral José Leandro da Silva, de 21.
O sindicato das empresas de ônibus (SP Urbanuss), em nome do Consórcio Sudoeste, diz que a Prefeitura é responsável por fiscalizar e punir problemas como os encontrados pelo Estado.
sexta-feira, março 11, 2005
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