... Não sei de nada o que quero fazer mas alguém sabe de algo que não sei? ... O que ocorre é que minha alma cansou, minha vida me deixou e a sorte me fez morto nos sonhos, mastigou a amizade, salivou nos familiares e digeriu a direção de minha vida num carrocel tal que perdi a porta, a parada, a estação ou qualquer outro ponto de referência que possa servir... Busco um buraco no tapume, uma luz anuviada pela poeira, um som abafado pela alegria, enfim, algo que me faça vivo novamente, me traga a consciência de volta e deixe a impressão de que não fui convidado para a festa da vida no passado distante... Quero viver num mundo capitalista, porco, sem escrúpulos e morrer feliz das coisas que fiz... Quero a sorte de uma morte dolorosa, o coração se partindo em mil pedaços, o crânio afundando, peito doendo... doendo... doendo... infinitamente! E um grito! Um grito único, sonoro, longo... o mais longo que qualquer último suspiro permita (ou permitiu) dar... Os dedos dos pé dobrando como segurassem a sanidade e a consciência a este plano, os únicos a querer permanecer sobre a Terra. As mãos agarram ao pescoço, tomando parte no motim, enforcam e estapeiam como se tentassem chamar à razão e mostrar que esta via não é a mais adequada... Alguns milésimos de segundo depois, a mente, num solavanco, pulsa, ainda, imagens do passado, o que traz conforto e aconchego ao fim... se não isso, ao menos a idéia de uma cena conhecida, de uma história cujo final se sabe, de coisas ou pessoas queridas... por um instante... por instantes... até que a verdade retorne espancando o estômago, o fôlego se esvai e a última coisa que fica é a exclamação: Mas que se foda a vida mesmo!!!
quarta-feira, maio 04, 2005
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