Carolina, Maranhão, 01 de agosto de 2006.
Eu não queria amar... verdade, eu não estou preparado para isso e duvido que alguém esteja...
Há muito eu desistira de buscar alguém, os rolos da vida me satisfaziam com sexo (às vezes.); do amor trago poucas recordações, todas ruins e traumáticas; da vida sempre tive a solidão, os poucos amigos e ninguém para o mais importante, falar... Meus problemas eram meus, minha vida era minha...
Meu escudo, a justificativa e o enredo eram a Independência, ninguém me via chorar (Exceto por raiva!), suspirar ou errar... era ego, retidão, apatia e gelo... senhor coração de gelo.
Mas você chegou olhando de longe... e enquanto eu estava só, num canto, bebendo coca, puxou conversa e me pediu um beijo... eu não queria, estava "de boa" mas, meia hora depois, rolou...
"É só conversa - pensava - quantas pessoas você já não dispensou?", mas algo rolou no olhar, no jeito de falar, nas diferenças dos gestos e no modo estranho como se inclina a cabeça, perdida, embaraçada, decidida, quase meiga...
Eu não queria te amar... mas já aconteceu... rápido por este coração de hora-extra estar (Faz muito.) desocupado e precisando de alguém que lhe tire a poeira...
Eu só tenho medo dos traumas e do choro, que isso me trouxe... até agora... sempre!
Sei que, às vezes, pareço frio, que ajo como uma porta, um imbecíl! Mas isso é do medo de amar... já te amando...
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