quinta-feira, agosto 03, 2006
[O que fazer?]
Deixado de escanteio
Num canto do Brasil...
Num cantinho bem fundo, escondido,
Sem MC ou trânsito...
Ou assistência médica...
Sem, mesmo, amigos
Bons e poucos...
Para confidenciar as coisas do coração...
Para fantasiar trabalhos de gente grande...
Para rir das besteiras da paixão...
E esconder as loucuras da razão.
Sem uma net boa para "uploadar" vídeos corriqueiros!
Sem uma comida boa para matar a fome!
Sem uma alegria simples pra passar as horas!
Sem uma vida tranquila dentro desse corpo!
Que corpo?!
Este?!
Antes fosse um espantalho de rechoncho ou tapado!
Cai nas graças da vida como um parvo!
É zombado pelo destino que lhe cospe na cara,
Caido na calçada,
Apedrejado por moleques,
Queimado por "playboys",
Humilhado por madamas...
E ainda levanta!
Dia após dia...
Com a mesma cara lavada...
Com o mesmo querer...
E a mesma honestidade... (ou tenta?!)
Da mesma pobre família...
Que briga por incompetência própria!
Ainda morre (torce!)
Ainda canta (pouco)
Ainda dedilha (o que lembra)
Ainda escreve (só baboseiras!)
Ainda vive (será?!)
Ainda respira (...)
Ainda... espera...
A inda... Sua...
Jejua Sexo (pois é prazer)
Ejacula Risos (pois é barato)
Regurgita Manchetes (pois ouviu falar)
Baba Trabalho (pois fora treinado assim)
Espera (pois sente algo)
Deita, toda noite (ou quase),
Pouco tempo, de seu costume,
Em camas novas
Até raiar o dia.
Cansou de procurar amor, por quê?
Cansou de pacificar a família, por quê?
Desaprendeu a amar os animais, por quê?
Esqueceu seus mais importantes substantivos, por quê?
Deixou de lado milhões de sonhos infantis, por quê?
Perdeu o brilho e vigor juvenis, por quê?
Envelheceu o adulto em sua alma, por quê?
Matou o ancião em sua inteligência, por quê?
Roubou a alegria dos outros, por quê?
Magoou corações adolescentes, por quê?
Pulou etapas excenciais, por quê?
Porque é mínimo! É nulo! É indeterminado!
É ínfimo! É estúpido! É crédulo...
... e traumático!
... e ainda ama...
O que fazer?
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