quinta-feira, março 10, 2011

Beijos, protestos e banalização...

Retirado de Apocalipse Motorizado.
Fico muito apreensivo quando vejo algumas notas sobre beijaços e outras formas de manifestação... Uma porque, se estas manifestações existem quer dizer que houveram direitos ou tratamentos básicos que foram negados/desrespeitados por alguém ou um grupo.

Veja bem, num país plenamente democrático as pessoas veriam outras andando de bicicleta para o trabalho, ou beijando o amado(a) de mesmo sexo na saída do cinema e pouco lhes importaria. Eles tem este direito, que é idêntico ao da platéia que os assiste.

Mas por que algumas opiniões me incomodam tanto? Simples, porque quando você as diz está influenciando o entorno para que seja a favor do seu modo de ver as coisas...

Deixa eu explicar melhor... Nada contra você ter pensamentos favoráveis ao nazismo, por exemplo (E eu já chuto o balde!), são seus, é sua opinião e você tem todo direito de tê-la, mas sou totalmente contra você exteriorizar estas idéias! Quanto a influenciar as pessoas em achar que estas idéias são corretas...

Há o caso, por exemplo, do casal impedido de adotar uma criança por terem idéias "conservadoras"... Ou do blog acima, que crê que beijaços são provocações...

Em tempo, já digo que nunca participei de manifestações como estas... Nunca fui a uma bicicletada, mas acredito que elas podem trazer a consciência de um trânsito mais humano e democrático, de umas nova visão sobre os modos de transporte.

Também nunca fui a um beijaço, mas... pense comigo, se no inicio dos anos 2000 não houvesse o beijaço do Frei Caneca, duvido que aquelas quadras se desenvolveriam tão "gay friendly", ou mesmo o seu entorno, como a Augusta, estaria tão efervescente como o é atualmente. Decairia como a cena gay dos Jardins e morreria... Vale lembrar que a própria Lôca sempre esteve ameaçada de fechamento e talvez se não fosse os atuais bares da vizinhança (surgidos após os beijaços e paradas do orgulho), ele não teria fôlego pra continuar, seria sufocado pelo conservadorismo...

Talvez, também, os próprios adolescentes dos dias de hoje devessem agradecer as velhas bixas que botaram a cara nas paradas de orgulho (Aproveitando que as citei.) e conseguiram dar visibilidade, mostrar a cara comum de uma multidão que vive, trabalha, ama e sonha ser um cidadão como qualquer outro, com todos os direitos assegurados e não ser tratado como uma pessoa jurídica.

Por último, fico muito chateado quando há críticas com relação a outros países. Antes de qualquer citação minha ao modo de agir e pensar das pessoas no exterior, eu procuro ler a respeito, me informar de como é a sociedade por lá e como eu faria se fosse criado desde meu nascimento sob aquele regime, depois opinar.

E não digo só por estas matérias, não... Muitas vezes em casa ouço opiniões que me são assustadoras e procuro passar meu modo de ver e pensar, sem agressões, para que as pessoas reflitam e possam ter vários lados, contudo penso no que vou falar e como falarei.

Até.
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PS.: E Sim! Já fui em Paradas do Orgulho!
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Um comentário:

Unknown disse...

Estou contigo e não abro!