Silêncio...
A maior parte das coisas que sinto são como punhais em meu coração... eles atrapalham minha razão, meu pensamento... meu raciocínio...
Não consigo pensar... Sou somente dor... somente dor... As forças que junto dão apenas para manter minha aparência pálida...
Fico cego...
................... tudo branco...
........................................................... grito...
Vejo borrões, ... vultos ... depois formas, disformes...
Já enxergo normalmente, normalmente... ou quase.. vejo tudo em tons de cinza... preto e branco... O mundo perdeu a cor... as árvores, os carros, as pessoas... os animais... a vida...
....................... Estou cansado...
........................................... não fisicamente
........................... apenas... cansado...
da vida.
....... E não é cansativo, ... viver?
............... Essa sucessão de erros!
............... Essa sucessão de relações!
............... Essa sucessão de pensamentos!
................................... gostos, cheiros, toques, cumprimentos...
........... compromissos, responsabilidades...
Sei que é difícil pensar isso de mim...
Nos últimos tempos venho demonstrando mais, mas não sei se as pessoas acreditam nisso...
........................................................... daí me pergunto se elas sabem ou sempre souberam sobre meu verdadeiro "eu"... ou se finjo tão bem que elas pensam que estou brincando... contudo, isso só serve para que eu me sinta ainda pior...
................... Não creio...
Quero que as pessoas saibam como sou... que sofro tanto ou mais do que elas... mas não consigo me fazer entender... eu acho...
Só sei que cada vez fico pior... e eu sempre odiei não me fazer entender... sempre tentei ser o mais claro possível, não sei porque agora as coisas tem que ser diferentes de todos estes anos...
Hector - setembro de 1867.






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