domingo, dezembro 30, 2007

Cadê meu Babel Fish?!

Acordar... Acordar... tenho que acordar! Que merda que é sua cabeça Frederico! Por que você não compra/trouxe um maldito relógio despertador?!

Fiquei dormindo pingado a noite toda, pra não dormir demais e não perder a hora. Maldita mente racional! Isso já aconteceu várias vezes comigo, ficar dormindo pingado pois meu racional pensa que vou dormir demais e perder a hora. Só porque fui dormir às 03:00 (Já no horário de verão argentino.).

Sim, eles iniciaram hoje seu horário de verão, segundo o jornal da manhã disse, é a 53ª vez que o horário oficial é alterado para se aproveitar mais o dia claro (O jornal realçou a briga entre a Capital e as Províncias à Oeste e Sul, cujo Sol põe-se mais tarde... BEEEEM mais tarde!). De fato, tanto Argentina quanto Chile, iniciam uma crise energética causada por uma mescla de falta de chuvas (É certo que o Rio Mendoza, origina-se da água do degelo dos Andes, e que é verão agora, mas pude notar a represa, em Potrerillos, muito baixa... mesmo!), crescimento econômico e falta de investimentos. Resultado do horário de verão: Em Mendoza o Sol nasce às 06:00 e se põe às 22:00 hoje! E a Argentina, que até ontem tinham o mesmo horário do Chile, hoje tem o mesmo horário do Brasil (De Brasília, claro!)...

Mas hoje estou indo pro Chile, então as coisas não mudam pra mim! O que importa é que minha câmera está com o horário oficial do Brasil (Antes do horário de verão!)!

Vista do meu quarto...A cordilheira ao fundo...E uma linda manhã!


No café, pegava um suco e um cara veio:

- Bom dia.
- Bom dia - repondi.
- Você é brasileiro?

E aí foi... ele e outro cara também são brasileiros, chegaram ontem de marugada (Mais ou menos na hora que dormi.), vieram de moto de Florianópolis e queriam conversar... Claro que fui conversar (Quem mandou ser daqueles que pesquisa sobre tudo na net, que compra guias?!)...

- É bom conversar, senão a gente viaja como no escuro, dando tiro no escuro! - eu disse.

Durante o café dei umas dicas de como se localizar na cidade e um casal se acomodou na mesa ao lado (Também brasileiros.), puxaram conversa comigo e comecei a dar dicar aos quatro (Vou fundar uma agência de viagens!). Disse quais os principais lugares de Mendoza: Peantonal Sarmiento, Plaza Independência, Plaza España, Parque San Martin, etc e tal. Sobre os andes (Que fiz ontem.)... terminei meu café e disse que já voltaria, peguei meu guia Argentina no quarto e entreguei a eles na parte sobre a região do Aconcágua/Mendoza e me desculpei, pois meu quarto estava de pernas para o ar e meu omnibus para Santiago de Chile sairia às 13:00, disse que depois desceria para conversarmos mais e pegar o guia de volta.

Quando voltei trouxe a caixa de alfajores que comprei (E não comi tudo, pois descobri que tenho uma pequena intolerância a eles.), conversamos mais sobre esta e outras viagens e lugares, trocamos e-mails e nos despedimos.

Alguém quer?!

- Hola! Para usted! - disse à recepcionista (A mesma do check-in.), entregando a caixa de alfajores. Ela abriu um sorriso e agradeceu... subi ao meu quarto. (Isso foi pra ela aprender a tratar os brasileiros com mais calor humano!) Quando voltei para fechar a conta ela, com as outras meninas, estavam comendo os alfajores.

Agora estou aqui, Terminal de Omnibus de Mendoza, já liguei pra casa, já perguntei qual plataforma saí meu ônibus, e estou aqui... esperando ele chegar e partir...

Será que teremos Bingo à bordo?! Hehehe...

Fui...

---//---


Paramos... Até agora a viagem foi ótima, subimos tranqüilamente, devagar e sempre, em algumas horas excedíamos os 90 km/h (Velocidade máxima permitida.), o que fazia todos no ônibus enlouquecer devido ao apito de excesso de velocidade.

Busão!Dando uma mãozinha!
Estrada e Lago!Cordilheiras!


O americano (Bem esteriótipo de californiano.) ao meu lado (Sim! Ele é o passageiro da poltrona 10.) me pediu licença e começou a bater no sinal acima de nossas cabeças (Sim! O diabo do apito fica bem acima de nossas cabeças! Por isso, somos os que ouvem mais alto!).

Nós (O americano e eu.) pegamos os melhores lugares no ônibus, no banco ao lado um casal francês. Acho que eles não gostam muito de brasileiros pois torcem o nariz ao que falo com as catarinenses no banco de trás, especialmente o cara.

...

Agora estamos parados na aduana chilena, uma fila enorme de carros ficou para trás (Ônibus tem uma fila só pra ele.), mas a fila dos ônibus não anda, a dos carros sim!

...

Ai, Sá! Fiz contato com o americano! Fui péssimo, mas acho que você iria ficar orgulhosa de mim (Até eu estou orgulhoso!)!

Fiquei de tradutor dele para o "argentino" que o "co´missário de bordo" fala... Uma hora, já na Imigração Argentina, o comissário disse algo lá no início da fila... Então ele me perguntou o que haviam dito, como eu não escutei direito, fui me informar com as catarinenses. Depois Expliquei a ele e a três britânicas (Como se diz quem mora na Grã-Bretanha, Irlanda do Norte e adjacências?! Bom! O passaporte delas é vinho e com isso escrito!) como seriam os trâmites para entrar no Chile e pedi desculpas pelo meu inglês "ruim".

Túnel do Cristo RedentorFinal da Fila para Aduana
Chegando no começo da Fila!Duas horas depois!


Após os trâmites de entrada no Chile, fizemos a fila para a revista das bagagens (Sim, eles passam tudo pelo Raio-X! Não pode entrar nada vegetal ou animal.), como ele havia deixado a mochila (Backpack, aprendi! Fiquei tão feliz com isso!) no ônibus, eu recomendei a ele que pegasse a mochila pois iriam passá-la no aparelho. Ele me agredeceu e foi pegar a mochila.

Por azar uma mulher ficou dormindo no ponto e ficaram chamando por ela. A desgraçada nem aí, demorou um monte pra ir lá na frente pra abrir a mala, estava levando umas comidas, mas tudo acabou passando. Por sorte os guardas do Chile eram todos gente fina, conversavam e tranqüilizavam todos.

Entramos no ônibus e seguimos viagem, já no Chile (Duas horas depois de chegar na Aduana. O motorista disse que algumas vezes eles ficam até seis horas para passar na fronteira, de tanto ônibus e tão demorado que é.). Passamos pelos Caracoles, por algumas estações de sky (Não! Não tem neve nessa époda do ano gente! Vocês não sabem que é verão na América do Sul?! Olha a latitude dos Caracoles! A linha de neve esta mais pra cima do que 3500 metros de altitude nessa latitude! POXA!), por algumas paisagens que pareciam de filme, nos Alpes, e logo pegamos uma grande estrada de pista dupla (Que seguiu até Santiago.)

Conversei pacas com o Americano (Que é de New York e não da California.), ele disse que estava a nove meses na Argentina e que nos últimos dois meses estava viajando e agora passaria pelo Chile. Nos outros sete meses ele trabalhou como voluntário da igreja dele (Não perguntei qual igreja.), em Bariloche, dava aulas de inglês e, como só convivia com o pessoal da igreja, não conseguiu aprender espanhol, entendia bem mas falava quase nada (Isso pareceu mais uma desculpa do que um motivo pra mim, acho que pra ele também.). Eu disse que era semelhante a mim, então, para com o inglês, mas que estava viajando para aprender na marra a me virar no inglês e no espanhol.

As Catarinenses, de Jaraguá do Sul, são muito gente fina! Todas aparentando seus 30 e poucos anos... o único trecho por terra que elas fariam seria este, Mendoza-Santiago. Eu contei pra elas sobre minha viagem e elas sobre a delas... o que fariam e o que eu faria... As expectativas sobre o ano-novo em Santiago, ou em Valparaíso (Como eu queria.).

CaracolesSeguuuUuuUUUuUUUuura!!!


Chegamos em Santiago às 21:30, esperei horas pra tirarem minha mala do ônibus (Por sorte ela era a última e estava embaixo de todas as outras.), depois corri pra ver se achava um caixa-eletrônico. Achei, mas não um que estivesse interligado à rede Plus ou qualquer outra internacional. Por sorte tinha aqueles USD 10,00 que comprei da minha mãe antes de embarcar. ABENÇOADA SEJA A NOTA DE USD$ 10,00 DA MINHA MÃE! Troquei numa casa de câmbio (Única no Terminal Alameda, e que não trocava pesos argentinos nem reais.), o que gerou em torno de $ 4900,00 (Valor em pesos chilenos.), o que dá $ 490,00 para cada USD 1,00.

Corri até o metrô... quer dizer... primeiro eu tive que saber pra que lado ficava a saída, pra que lado ficava o metrô mais próximo... estas coisas (Sério, após pegar minha mala, fiquei completamente desnorteado. Naquela rodoviária desconhecida, grande, com gente indo de um lado para o outro, ônibus chegando a todo momento, malas e mais malas... cadeiras, etc e tal.).

E as estações de metrô?! Aquelas coisas gigantescas, repletas de escaleras, com sentido pra ir (Deve ser porque estou acostumado às três linhas de metrô de Sampa, que tornam a baldeação simples.) e sem escadas rolantes... Cheguei na Estação Bellas Artes e ela estava fechando, vazia... perguntei ao guarda que travava as catracas por qual saída iria cair na Calle Monjitas e ele me apontou a única que havia para a rua. Subi as escadas carregando minha mochila e minha malinha de 20 kg (O idiota aqui não tinha identifidado o elevador ainda!) e dei de cara com o Andes Hostel... Subi as escadas e fiz meu check-in. Os caras da recepção muito gente fina! Me ajudaram a levar minha malinha no quarto (Único lugar que fizeram isso!), explicaram direito como era o esquema o albergue. etc e tal.

Desarrumei minhas malas e fui tomar banho, baño compartido, me arrumei e desci... me senti em uma Torre de Babel, gente falando em inglês, português, espanhol, alemão... uma coisa muito louca! E, justamente por isso, por estar um pouco louco e ainda tentando me acostumar com a atmosfera de Santiago, tentei não falar nada... só ouvia... o meu Babel Fish não está legal ainda, está se acostumando à pressão e ainda pensa muito para tentar traduzir algo (Citando O Guia do Mochileiro das Galáxias [The Hitchhiker's Guide to the Galaxy]).

Liguei pra casa e fui dormir.
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