Estava planejando tirar minhas férias em Julho/Agosto e explorar o país (o Chile) o quanto pudesse. Queria isso pois sinto um vazio das paisagens e do carisma do povo, dos sabores exóticos (Sempre com palta!), das amizades novas e do vinho bom e barato, sinto falta das cordilheiras ao fundo, da cidade quase sem buzinas, do transporte eficiente e das guloseimas diferentes, falta de um banho de cultura acessível e dos velhos amigos e os que surgirão (Mas acho que isso eu já disse! :P ). Queria, sobretudo, levar um projeto pessoal de mapear e resenhar lugares turísticos para um público diferente, coisa além das revistas e guias...
Como geofísico sei que os ocorridos são fatalidades e que não há método para se prever sismos com acurácia. Que o Chile sempre conviveu com isso e que os chilenos se levantarão rapidamente, que a imagem das gruas em Santiago será mais comum a partir de agora... Contudo, sei que metade da infra-estrutura de um país está danificada e perderia algumas atrações, alguns passeios e visitas a lugares que me marcaram... não poderei esquiar no Osorno se a Ruta 5 não estiver plena até lá. Outro lado me diz pra não ir pois serei um estorvo no caminho de pessoas que querem se reerguer, que meses após eventos desse tipo são amargados pela dureza de governos sem dinheiro ou com uma assistência deficitária aos seus habitantes somada à dureza que as cidades dão aos seus habitantes... aos seus cidadãos.
Mas, espera! Estou falando do Chile, estou falando de Santiago! Não do Brasil e São Paulo! Estou falando de um povo que tira tanto (ou mais) sarro de argentino quanto um brasileiro, de um povo que reconstruía, no verão, as estradas que foram destruídas por avalanches na primavera. Falo de um povo que para seus carros para o pedestre passar. Cidadãos que indicam qual ônibus ou ponto para desconhecidos. De cidades com velhinhos com violão dormindo ao sol, com flores e gramados nas praças, com calor e vida mesmo que banhado por um oceano gélido!
Como Frederico quero muito ir para o Chile... aprender direito espanhol, botar um eski nos pés em algum final de semana, escrever críticas de filmes com tradução estranha ou sentir o que rola nas "baladenhas", nos bares, nos cafés con piernas!
O meu lado incansável, o insaciável e o curioso me sussurram pra ir, colocar tudo na mala e partir... vivenciar um país se reerguendo, ajudar com meu dinheiro, sentir o povo. O meu lado prudente grita pra eu mudar os planos pra Argentina ou Espanha (Provavelmente Buenos Aires pois não conseguirei juntar dindin suficiente pra um mês de baladas, sexo, drogas e rock'n roll na Espanha! Brincadeirinha!), viver tudo o que eu quero numa cidade com o triplo de baladas e bares e com um custo de vida BEM menor, cosmopolita igual, com um povo identicamente simpático e hospitaleiro, que amam brasileiros igualmente... com ótimos vinhos baratíssimos e restaurantes incontáveis!
Enfim, não sei o que faço! Acho que vou esperar duas semanas, acompanhando as notícias e as resoluções do novo governo, até decidir o que fazer!
Alguém me dá colo!
Até!
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