Não sei porque, mas esta coisa de café solúvel me faz sentir tão artificial! Não GOSTO!!!

O cara do Torres del Paine chegou no meio do café... conversamos... mais um pessoal que chegou durante a noite e alguns outros que já estavam por aqui. Todos estrangeiros! (Mas eu também sou!)
Hoje senti o peso de estar com o inglês cambaleando! Todos os brasileiros deram o fora! (Tá certo! Ficaram alguns, mas não encontrei ninguém, o que significa que a noitada foi suficientemente boa!)... Primeiro dia do ano e quase tudo fechado em Santiago (Não sei se é o mal costume de Sampa - 24h OPEN - ou o quê?), museus fechados (Ao menos os parques estavam abertos, ao contrário do que ocorreu em BsAs.).
No caminho do Santa Lucia para o La Moneda conheci um casal de paulistas (Aliás, o que tinha de brasileiros nas ruas de Santiago no dia 1° de janeiro não estava escrito. Na entrada do Santa Lucia, na saída do Santa Lucia, na frente da Biblioteca Nacinal, na entrada do metrô, na calçada esperando o semáforo de pedestres abrir, coisa que achei muito estranho... brasileiro só faz a coisa certa fora do Brasil? pois se fosse lá estariam atravessando logo quando o trânsito desse uma brecha!), eles me perguntaram onde ficava a Torre da Entel, eu disse que era mais à frente, no sentido do La Moneda, que poderiam seguir comigo.
Conversávamos e um chileno, que caminhava no mesmo sentido que nós, começou a falar conosco, seguindo... este era Carabinero, contou-nos como era a polícia aqui, deu uns trocados a um mendigo (Que estava mais com cara de quem só havia bebido em demasia na festa do Réveillon.), perguntou sobre o Brasil (E sempre cai em futebol o assunto.) e começou a falar mal da Presidanta e bem do Pinochet... eu e o casal nos olhamos, fizemos comentários amenos, diplomáticos (Aqueles seguidos de sorrisos amarelos.) e soltamos velhas piadas e lamentações sobre os nossos políticos (Tudo pela boa-vizinhança.)... Quando chegamos ao palácio ele seguiu seu caminho, elogiando nossa educação e nosso futebol. Entramos no Palácio para a visita, revistaram minha mochila (Precisam ver a cara do carabinero quando viu o Enzo dentro da mochila.), fotos e me despedi dos paulistas, indicando a Torre e seguindo para o calçadão.
Adiante encontrei mais Brasileiros (E um grupo BEM estereotipado de turistas japoneses.). Os Brasileiros me contaram sobre a viagem deles e recomendaram que eu faça um rafting em Pucon (Vejamos!), eles entraram no carro e foram.
Fotografei uns prédios do governo e segui. almoçando no MC perto do Santa Lucia.
Depois do almoço, dormi um pouco, comprei água, fui na rodoviária comprar a passagem para Valparaíso, voltei para o albergue e sentei-me na sala.
Comecei a conversar com um australiana e o namorado dela, que jogava bilhar, logo veio sentar-se conosco e conversar (Acho que ele pensou que eu estava cantando ela.). Falamos pacas sobre nós e sobre a viagem, ele me chamou para jogar bilhar (Como nós eramos os únicos homens no albergue aquele horário.)... pedia para ele me ensinar pois no Brasil joga-se de modo diferente do que eu o vi jogando (Normalmente claras contra escuras ou pares contra ímpares...).
Conversamos e jogamos, rimos... comecei a me soltar mais na língua (Principalmente porque o sotaque deles era meio difícil e o meu inglês teve que compensar. Apesar disso tudo nos houve comunicação.), perguntamos o que fizemos durante o dia, o que vimos na viagem,, o que faríamos e eles gostaram do meu itinerário... gostei do roteiro deles (Rodaram pacas pela América do Sul.)!
Chegou um estadunidense e começou a conversar com eles... como anoiteceu (E esta época anoitece tarde.) eles resolveram ir jantar e me chamaram.
Cullen (O estadunidense.) me perguntou se eu comia comida chinesa. Disse a ele que não tinha preconceitos, que gostava de chinesa, japonesa, tailandesa, indiana... Hehehe...
Fomos andando pelas ruas até a Bella Vista, tarde da noite e tudo estava fechado... até o restaurante chinês que o Dylan e Yvette (Os australianos.) queriam comer, retornamos procurando algo aberto. Cullen me perguntou o que eu costumava ver ao ir em uma cidade, contei-lhe que via desde a arquitetura, que gostava de saber a saída das pessoas para os problemas do dia-a-dia, que gostava de usar o transporte público, de ir onde os turistas não iam, de me sentir, ao menos por poucas horas, como um nativo... e comparava... comparava muito com o que conheço e vivencio, com Sampa, com BSB, com o Rio, com Curitiba... com minha vida. ... Eu contava a eles como era a época da hiper-inflação, quando o governo congelava os preços para que o salário não perdesse o poder de compra. Ele traduzia para Dylan e Yvette, conversávamos outras coisas até que chegamos a um restaurante onde o casal de alemães jantava, sentamos e jantamos com eles, conversamos sobre várias outras coisas. Fui dormir com peso da quietude na cidade lá fora, pensando nos abismos culturais, linguísticos e econômicos que passamos durante uma vida (Ou gerações.) e que devemos que aplainar...

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