sábado, maio 25, 2002

Ooops...

- O rádio está funcionando? - pergunta minha irmã.
- Não sei, ontem estava. Vê aí. - digo eu.

Lombada - reduzo a velocidade.

Música - observo o rádio.

Crash - vejo a traseira de um veículo se fastando...

Pois é!!! Um dia da caça, outro do caçador... O pior é que dormi bem, acordei bem, e, até aquele momento do dia (Às 14:00), estava tudo bem...

É incrível como somos derrubados subtamente. E logo eu, que sempre tentei dirigir o melhor possível (Apesar de não achar que eu dirija bem. Mas todos dizem isso.), que sempre tentei fazer tudo certo...

Ambos paramos o carro.
Saímos.

- Tudo bem com o senhor? - perguntei.
- Putz. Eu tenho uma viagem marcada! - diz o senhor olhando para a trazeira da parati (que era novinha) amassada e com a mão no pescoço.
- Boa tarde. (Boa tarde?! [Eu acho que estou ficando doido.]) Tudo bem com o senhor? - insisti, apesar de eu estar sentindo meu pescoço doer.
- Tudo. E agora?
Fiquei estático.
- Me desculpe, tudo parou de repente e não vi.
Ele ficou estático.
- Quer que eu ligue para casa? - perguntou minha irmã se aproximando da gente e com a mão na nuca.
- Quero, - me aproximei da minha porta, peguei o celular e liguei as luzes de emergência.
Entreguei o celular para minha irmã e me aproximei do senhor.
- Olha, me desculpe.
Ele olhou para mim (Apesar de eu desconfiar que ele nem me escutava) e disse:
- Vamos até a delegacia fazer o boletim?
- Vamos. Aqui na avenida?
- Sim é só contornar, se você não conhecer me segue.
- Quer que ela vá com o senhor?
- Não, não precisa é aqui perto, é só me seguir.
- Eu conheço onde fica, vamos lá. - comecei a caminhar em direção ao carro e pedi para minha irmã avisar que íamos até a delegacia.

Bom, fomos até a delegacia e aquela demora básica de sempre... Contamos as nossas versões (e a coisa estranha é que o senhor contou a verdade. ôÔ), idênticas. Fizemos o boletim, meu pai chegou, fez a maior social com o cara, troca de cartões, etc...



O problema é que estou muito mal... Me disseram que isso é uma "coisa normal", "que acontece", mas isso não pode acontecer comigo. Não deveria acontecer comigo! Eu me cobro à todo o momento para que isso não aconteça!

-_-

E agora, como vou olhar para os outros. Não tenho coragem. Estou muito mal.

O pior é a ultima cena antes da batida, antes do som traumatizante do metal entortando, o pior é a imagem do carro à frente bem distante, da lombada e do rádio. Depois tudo é o som e a batida contra o banco.

-_-

:(

Até.

"Hoje a tristeza não é passageira, hoje fiquei com febre a tarde inteira e quando chegar a noite cada estrela parecerá uma lágrima...
Queria ser como os outros, que ri das desgraças da vida ou fingir estar sempre bem..."
Legião urbana.


É interessante como nunca conseguimos fazer as coisas que queremos, como queremos...

-_-
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