quinta-feira, novembro 17, 2005

Eu quero meu travasseiro...


Juro que quero! Macio, quentinho, me compreende, fica quietinho ouvindo meus pensamentos, me acompanha nos momentos felizes e tristes, nas esparsas visitas que faço, mensalmente...

Tem o mesmo gosto musical que eu, gosta das mesmas coisas, não reclama dos projetos e desenhos malucos que faço, do horário que chego, que acordo, que durmo, de quanto durmo, se estou bagunçando o quarto ou se esqueci de trazer um presente... não pede dindin... não reclama se tem cobertor demais ou menos!

Não diz que está indisposto, ou sentindo-se mau, ou, mesmo, que fico tempo demais longe... não diz que não quer sexo (Ou que quer...), mas fica quietinho... e me deixa quieto nos momentos que preciso da solidão..., aliás, é o único, que permito ficar no meu quarto, nos meus momentos depressivos, que acompanha, lá no cantinho, o meu choro, que não tenta tocar no meu ombro, ou perguntar "o que foi", se "pode ajudar", se "eu não quero me abrir"... é o único, surrado, molhado de choro, babado noturnamente, ramelado por mim...

Só disse "eu te amo" para três pessoas até hoje... não gosto dessa expressão, nunca senti algo tão forte que merecesse, em outras vezes, esta frase, e, olhando para o passado, nem sei ao certo se o que tinha dito era correto... se amei mesmo estas pessoas...

Cada vez menos me vejo com alguém, definitivamente, assim, por mais de dez anos... acho que o único alguém que amo mesmo é meu velho e surrado travesseiro... manchado!

Acho que vou levar ele para o cinema e a balada... aí seria meu par perfeito!

Até.
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