quarta-feira, novembro 23, 2005

::.. O Gay, o mudo e o time...
Minhas experiências na Motras BR de cinema.


Folga em Sampa... uns quinze dias antes, já planejando o que seria dela, lembrei que estaria com sorte suficiente para pegar ao menos um filminho da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (Meus compromissos e minha libido quase nunca me deixam vivenciar estas experiências culturais...), mas fui na cara e na coragem, disposto, pelo menos esta vez, a passar na frente do cinema!

No dia que cheguei em Sampa (20/10), na sexta e no final de semana conseguinte não consegui fazer muita coisa, estava preso entre médicos, baladas e compras... No Sábado (22/10) fui com a Fá, a Anna e o meu futuro cunhado (Até então não era nada!), no cinema, assistimos Irmãos Grinn, um filme que me lembrou muito Em busca da Terra do Nunca, contando as casualidades que trouxeram histórias por nós conhecidas atualmente... Trazendo e tentando firmar-nos a esperança na Fantasia e Imaginação mesmo depois de adultos e ocupados.

Um enredo cheio, em todo, de detalhes fazendo-nos não notar o tempo (Apesar do filme ser curtinho mesmo!)...

... Na segunda-feira (24), depois de tanta coisa para ser ajeitada, sui assistir Finais Felizes, uma comedinha leve, diluída, quase mastigada sobre dois meio irmãos (Um homem e uma mulher.) que tem um caso na adolescência, ela vai para outro estado e doa o filho... depois de anos ela é psicóloga que auxilia mulheres pensando no aborto e ele dono do restaurante que herdou do pai e gay... a história complica por alguns detalhes:

1- Ela nunca contou que teve o filho e o doou;
2- Ele pensa que ela o abortou;
3- Chega um aspirante a cineasta querendo fazer um filme documentário sobre o reencontro dela com o filho doado...

Bom... como faz um tempinho que assisti não vou enumerar mais coisas que deixam o filme complicado, mas vale a pena pelos coadjuvantes, pelo modo como tenta se apresentar (Tou falando da estética!), por dar-nos a idéia que relacionamentos são trocas, são doações, são pedidos, são voláteis... e o filme distraí, ao menos isso (Mas é muito gay!)... levezinho!!!

Terça... 25, estive meio atarefado no banco, no outro banco, com amigos, etc... mas acabei indo no cinema, assisti ao Esposa e Mártir, um filme mudo da década de 20 que havia sido perdido até então... BOM!!! Mostra os costumes nupciais e diários daquela época... É uma história de princesa traduzida ao início do século... a Garota de uma família importante e decadente a casa com um senhor rico, contudo ela está apaixonada por outro (também rico), até que as casualidades os trazem juntos de volta... No final, uma importante lição de amor e de doação...

Quarta (26?) eu puxei o Beto e a Sá para assitir algum outro filme (Isso depois de correr pacas pra não queimar o meu rodízio...)! Eu estava afim de assistir Manderlay (Que, depois vim saber que passou naquele dia.), encontramos o Gui e o namorado na fila para Seven Swords (Que também era uma opção para nossa sede cinematográfica.), mas fomos assistir ao Noiva Cadáver, uma adaptação de um conto Russo... Achei bom! Começa bonitinho, animado, legal, bem feito... mas no lá pelo meio, nos momentos em que não estava prendendo-nos por música ou por alguma cena de suspense, ficava meio monótono, faltava algum temperinho, sabe?!

Como todo conto Russo, o filme é muito adulto para ser um infantil! Diz-nos sobre as enganações do mundo dos vivos, das misérias da morte e da hora dela, dos interesses mundanos, das alegrias nas pequenas coisas e nas pessoas que passam por nós... e do amor, claro!

Muito diferente disso foi o GINGA, que assisti na quinta-feira (27), acompanhado de uma Coca Light®, meia dúzia de pãezinhos de queijo e uma sala que foi enchendo de personagens que participaram do filme... Chato, Comprado e MTV-esco demais para minha pessoa! O filme tinha a pretenção de ser um documentário sobre a ginga brasileira aplicada ao futebol e coisa e tal, mas estava parecendo uma reportagem do Fantástico contando a história (ou tentando) de alguns jovens que jogam futebol Brasil a fora!... tudo isso com uma bola oficial da NIKE, CLARO!

Depois dele a coisa melhorou, veio O Passageiro, um francês que vê seu irmão morto (LITERALMENTE!) e retorna a cidade de sua infância para arrumar o funeral e a venda da casa de veraneiro, etc e tal... Lá encontra pessoas relacionadas ao seu passado e a vida de seu falecido irmão (Que ele não via por mais de 20 anos)... Valendo pelo Surdo, pela piscina vazia, pelo carrinho e as baladas... Importante é como nós conseguimos ficar ligados as pessoas que convivem conosco, seja por uma vida ou momentaneamente, pegamos o jeito de falar, o gesticular, o pensar, comer, dançar e, até, o modo como somos vistos pelos demais...

Falando em baladas, depois dessa sessão eu ainda fui para a balada, o problema foi pegar o avião logo em seguida... hauhauhaua...

Agora estou indo novamente pra Sampa... estou querendo uma overdose de São Paulo!

Até.
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