Peguei o primeiro trem que passou, cruzei toda a zona norte de São Paulo e desci na próxima estação depois de Pirituba, pouco antes dela fechar. Desci a rua de calçadas irregulares pelo meio-fio, poia a mala grande não permite muitas manobras e perde o equilíbrio facilmente. Em meia hora estava em casa...
Não, gente... a palhaçada não sou eu que estou fazendo, é o Governo enrolando para construir transporte! Vamos à minha viagem mesmo!
Não vou falar aqui sobre as duas pernas de 13 horas de duração cada... não há o que falar...
Cheguei no horário, às 22h33 estava no corredor para a Imigração Australiana junto com mais todos os zoombies que sairam daquele avião após horas de sono leve, gente passando e campaínhas de serviço. Acomodei meu corpo equilibrando a mochila entre as faixas azuis direcionando as pessoas aos guichês, na minha frente uma uruguaia, sua bagagem de mão tinha etiqueta da Pluna e da TAM. Fiquei com vontade de puxar papo, mas a fila foi rápida e eu fiquei para próximo com um polícial que não estava com uma cara muito boa para um final de noite de Natal.
O cara perguntou pra ela o motivo da estadia na América do Sul (Só lembrando que ela era uruguaia.), ela disse que era uruguaia, mas que esteve o dia todo na cidade de São Paulo por motivo da conexão do vôo. Ele a mandou mostrar o certificado internacional de vacina, o que ela fez meio que irritada.
Ele a dispensou e chegou minha vez... ele deu um sorrizinho e me chamou. Mostrei meu passaporte, formulário de imigração e
O cara deu uma ameaçada apertar um botão sob a mesa mas se assustou com meu conhecimento sobre a cidade, depois disso ele me perguntou o motivo da minha estadia na América do Sul, eu estava tão cansado que só respondi "Eu nasci em São Paulo!". Ele me pediu o comprovante de Vacinação, eu mostrei e ele me liberou...
Desci a rampa exausto e suado, não ví mais ninguém do meu setor no vôo. Nem mesmo o casal de velhinhos que veio ao meu lado e que, ao nos aproximar de Sydney, o senhor vira pra mim e pergunta: "Como você vai para casa? De trem ou taxi?", eu respondi que iria de trem e ele olhou para a mulher como que dizendo "Tá vendo! Todo mundo usa trem!"
Esperei os eternos 30 minutos para ver minha bagagem na esteira, confesso que, a esta hora, fiquei com medo de fazer muita força para puxar a bagagem... peguei outra fila para a revista das bagagens (O idiota aqui assinalou no formulário que estava entrando em território australiano com produtos feitos de sementes e outras partes vegetais. Na realidade é só um terço que minha mãe me deu quando fiz minha primeira viagem longa e que, desde então, deixo nas minhas mochilas de viagem.), esperei um ppouco e um japonês me chamou, olhou meu formulário e explicou porque eu estava naquele setor, daí me pediu pra mostrar o que era... ele olhou... olhou... fez um "tá tudo ok!" e me desejou Boa Noite!
Livre, enfim! Pude
Devido ao horário, os guichês de venda de tíquetes estavam fechados, somente as máquinas funcionavam e elas não aceitavam notas de AUD 50,00 (Maldita troca de dinheiro em casa de câmbio! Nunca te dão nota pequena!). Saque AUD 20,00 no terminal de caixa eletrônico e retornei para a máquina de tíquetes (Imgina o quanto custou para sacar estes AUD 20,00!? O Olho da cara!), coloquei meu trajeto, comprei o tíquete (AUD 17,80) e fui em direção à catraca... Qual catraca?
Não tem catraca! Tinha o tíquete, mas não tinha catraca e a estação estava vazia... resolvi empurrar minha mala pelos tótens e descer as outras escadas rolantes...
O trem chegou rápido e vazio...
Às 00:30 o trem parou em Leumeah, eu fui o único que desci e a luz fraca da estação mal me permitia visualizar ao redor. O trem partiu antes de eu terminas de percorrer a plataforma, deixando o ambiente mais escuro. Eu comecei a subir as escadas, com minha mochila nas costas, o barulho das rodinhas da mala maior rompendo o silêncio da noite... quando cheguei no primeiro patamar ouço alguém quebrando uma garrafa na rua do meu lado da estação, seguido de um resmundo... minha espinha congelou na hora, mas alguns segundo depois um vigia, ao fundo, apitou e o bêbado começou a reclamar e ir embora...
Continuei a subir as escadas. Quando cheguei ao topo ví a porta dos elevadores... fiquei puto! Segui para o outro lado e desci as escadas (Só de raiva!)... saí da estação e andei por gramados no estilo "the Sims" até chegar ao hotel...
Na porta do Formule1 Campbelltown notei algo estranho... tudo estava vazio... ao me aproximar da porta um chinês, que saía para fumar, abriu a porta pra mim. Como a recepção estava fechada, eu perguntei sobre alguém que trabalhasse no hotel. Ele me respondeu que tudo estava fechado e perguntou se eu não tinha chave, fazendo uma cara de "acho que eu não deveria ter aberto a porta pra ele". Respondi que não e que a máquina de checkin, na porta, estava quebrada. Ele riu e foi embora para o quarto...
Sozinho, no meio da recepção fechada, eu pensei, por alguns minutos em ser o cara mais azarado do mundo e dormir naquele corredor... Resolvi olhar novamente a máquina de checkin quebrada. Sem fechar a porta principal, olhei para fora e reparei um pequeno interfone, resolvi por tentar.
A mulher me disse boa noite e perguntou o que eu queria. Disse que tinha uma reserva e que precisava do cartão.
- Seu nome é... Fr... frederico... So...
- Frederico Sosnowski é meu nome - disse e perguntei por minha reserva dizendo o número.
Ela riu, pediu um pouco de calma (Gente! Depois de dois dias em um avião o que eu quero é um banho!) e pediu para eu olha para o lado do interfone...
¬¬
Eu disse que só havia uma máquina, quebrada!
Ela riu novamente e disse para olhar do outro lado, que sobre uma máquina de força havia um pacote e disse o número do quarto, repetindo em seguida.
Foi lá que encontrei minha chave... num pacote escrito F. S. e colado com durex...
Me dei um tapa na testa, por descrença no que estava ocorrendo, dei tchau, falei obrigado e corri pro quarto.
Espero que amanhã seja melhor.
Até.
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