segunda-feira, maio 06, 2002

Sociedade dos Sistemas part. II

Pessual,

Aqui está o restante da história dos "Sistemas" (Ao menos, o restante que encontrei... ^^).

Se você quiser ler é por sua conta pois isto é LONG!!!!

Tem mais :P esse eh massa otaku-hai? nerds? Oh meu deus... :P



O texto é de autoria de Douglas Oliveira Donin


AS DUAS EDITORAS
Segunda parte de O Senhor dos Sistemas


Três Sistemas para a Steve Jackson Games sob este céu,
Sete para a White Wolf, em seus corredores rochosos,
Nove para as editoras alternativas, fadadas à eterna falência,
Um para a TSR em seu escuro trono
Na Terra da Wizards of the Coast onde a Grana se acumula.
Um Sistema para a todos governar, Um Sistema para encontrá-los
Um Sistema para a todos trazer e na escuridão aprisioná-los
Na Terra da Wizards of the Coast onde a Grana se acumula.


CAPÍTULO I
A PARTIDA DE ADEMIR

Dadolargo percebeu que Alfredo, o Portador do Sistema, estava demorando
muito para colher os gravetos e papéis. Quando percebeu que Ademir também estava sumido, ficou preocupado, e dividiu o restante em grupos, para que pudessem procurar os dois. Temia que Ademir tivesse sido seduzido pelo Sistema, e que estivesse jogando alguma aventura-solo com Alfredo.
"- Leônidas, Guilherme, me sigam! Mário, Pepe, fiquem aqui e vejam se eles voltam!"
Mário e Pepe sentaram no chão, enquanto os outros saíam correndo. Começaram a comentar sobre a má qualidade das matérias da principal revista nacional de RPG, para matar o tempo. Logo depois, deixaram de ser redundantes e partiram para assuntos menos óbvios.Estavam tão entretidos na sua conversa, que nem perceberam a aproximação dos seres desprezíveis que os espreitavam.
Dezenas de moleques, trajados estranhamente, em roupas coloridas, e falando termos incompreensíveis os espiavam por entre os arbustos da praça onde estavam. De repente, eles atacaram. Pularam os arbustos bradando algum tipo de grito-de-guerra japonês e partiram para cima dos dois jogadores desprevenidos. Ademir, que voltava do incidente com Alfredo desolado e arrependido, presenciou a cena, e correu para ajudá-los. No entanto, eram muitos e o cercaram, impedindo que ele auxiliasse os dois pequenos jogadores. Não muito longe dali, Dadolargo e os outros ouviam os gritos de Mário e Pepe, e as batidas da mochila de Ademir contra a cabeça aparentemente oca dos misteriosos seres. Voltaram correndo, e não demoraram para encontrarem as desprezíveis hordas. Dadolargo, como de costume, abria caminho com a mochila, que passava entre as fileiras inimigas como uma faca quente na manteiga. Guilherme usava o seu pesado GURPS Vehicles, e Leônidas arremessava dados nos vilões mais rapidamente do que o olho humano acompanharia. Logo, tinham vencido uma grande quantidade de inimigos, e os que não tinham sido derrotados fugiam. Encontraram Ademir deitado, babando uma espécie de espuma branca.
"- Eles... eles levaram os pequenos, Dadolargo. Eu não pude evitar. Eu falhei."
"- Procure não fazer esforço, Ademir. Quem eram eles?"
"- Eles eram os Otaku-hai, seres hediondos. Cassaruman, O Manco, utilizando de muito mal gosto, misturou RPGistas com fãs de anime e mangá. Eles são uma raça bárbara e têm hábitos detestáveis, como jogar 3D&T, comprar Tormenta e Holy Avanger, e batizam quase todos os seus personagens com os nomes de Vegeta, Kurama ou Goku, não importando qual o cenário."
"- E o que fizeram com você? Onde está Alfredo?"
"- Começaram a cantar trilhas sonoras de animes, como a abertura da "Sailor Moon" e de "Dragon Ball". Eu procurei resistir, mas alguém cantou a versão nacional da abertura de "Cavaleiros do Zodíaco", e isto foi um golpe forte demais para mim. Acho que meu cérebro derreteu, não sinto mais o meu corpo... E quanto a Alfredo, eu tentei pegar o Um Sistema dele... ele fugiu de nós, e vai sozinho à Devir. Eu lamento, Dadolargo, tudo acabou... Eu teria jogado com você, meu amigo... meu mestre!"
Dizendo isso, ele entrou em coma, devido à crueldade sem paralelos dos Otaku-hai.
"- Então, tudo acaba aqui. A Sociedade foi um fracasso.", Guilherme falou.
"- Não enquanto continuarmos fiéis uns aos outros. E eu não pretendo abandonar Mário e Pepe nas mãos daqueles fãs de anime. Vamos caçar alguns Otakus."
Guilherme mal pôde esconder a sua satisfação.


CAPÍTULO II
BARBÂNDERSON

Mário e Pepe foram levados pelos Otaku-hai, as criaturas dementes e perigosas de Cassaruman, O Manco. Do dialeto terrível dos Otakus, eles podiam entender pouco, já que insistiam em colocar termos em japonês, de seu vocabulário restrito, no meio da conversação em português, criando assim uma espécie de "Japoguês".
"- 'Atashi' vou jogar hoje 'Tóquio No Defensores', 'anata' quer jogar também?"
"- 'Hai, domo arigatô'. Logo depois que entregarmos estes jogadores para o 'senmpai' Cassaruman-kun."
Mário e Pepe tentaram tapar os ouvidos, mas suas mãos estavam firmemente amarradas. Logo alguém começou a cantar a música de encerramento de 'Yuyu Hakushô' atrás deles.
"- Oh, não, Pepe! Estão apelando para a turtura!"
"- Seres cruéis e desprezíveis, espero que Dadolargo venha dar uma lição neles!"
No entanto, o barulho e a desordem dos Otaku-hais atraíram uma ajuda inesperada. Logo que eles passavam em frente a um centro de convenções, uma enorme tropa de pessoas, vestindo os uniformes da Federação dos Planetas, de Star Trek, outros ainda trajados como Jedis de Star Wars, saíam enfurecidos, segurando cadeiras, sabres de luz feitos de papel celofane e outros apetrechos. Os Otaku-hai procuraram resistir, mas foram rechaçados pelos estranhos seres. Mário e Pepe foram postos no chão e desamarrados. A maior e aparentemente mais velha criatura se aproximou deles e disse:
"- Olá, amiguinhos! Estão bem, estas pestes machucaram vocês?"
"- Um pouco", disse Pepe, "meus ouvidos vão doer por umas boas semanas. Mas quem, ou o quê, é você?"
"- Eu sou Barbânderson, o líder dos Nerds. Este é meu amigo, Nerdesperto. O nome dele é esse pois decorou todas as falas de todos os filmes de Star Wars. E vocês, quem são?"
"- Somos Mário e Pepe, dois jogadores de RPG."
"- Jogadores de RPG!! Nós temos muito em comum! Venham, desfrute da nossa hospitalidade!"
Logo, Mário e Pepe estavam no interior do centro de convenções, assistindo a episódios de séries antigas e tomando o refresco dos Nerds.
"- Não é bom como cerveja romulana, amiguinhos, mas é mesmo assim muito bom. Agora digam, por que estavam sendo levados por aqueles animais?"
"- Bem, pelo que pude entender, foi ordem de Cassaruman, um editor muito poderoso. Eles nos confundiram com meu primo, Alfredo, e nos levaram!"
"- Cassaruman! Eu sabia que ele tinha a ver alguma coisa a ver com isso! Já faz algum tempo que estes malditos Otakus invadem nossos sagrados centros de convenções, organizando encontros com horríveis números de karaokê e concursos de Cosplay ridículos! Além disso, temos contas antigas a acertar com Cassaruman, pois há algum tempo, a revista fedorenta dele publicou adaptações ridículas de Star Wars e Star Trek para vários sistemas, e isso nos deixou enfurecidos! Próton e Nêutron, eles vão nos pagar!"
Barbânderson chamou Nerdesperto e disse:
"- Reúna todos os Nerds, Nerdesperto, vamos fazer um Nerdebate. E traga mais comida e bebida para os meus amiguinhos aqui, Próton e Nêutron!"
Assim, Mário e Pepe foram muito bem tratados pelos Nerds, que fizeram o seu Nerdebate em um círculo de cadeiras por ali. Nerdesperto ficou com os dois.
"- Nerdesperto, por que não conseguimos ouvir nada do que eles dizem? Que língua é essa?"
"- Nós, Nerds, falamos em Klingon quando estamos a sós. Mas eu posso traduzir para vocês: nós estamos planejando marchar até a editora de Tramatanc, local de trabalho de Cassaruman, e colocar o prédio abaixo, isso sim!"
"- Nós temos que ver isso! É o sonho de qualquer RPGista!", exclamaram Mário e Pepe.
"- Claro, amiguinhos, claro! Barbânderson e eu vamos levar vocês!"
Apesar das notícias alegres, Mário e Pepe notaram que todos os Nerds, por mais simpáticos que fossem, apresentavam claros sinais de tristeza. Mário perguntou:
"- É impressão minha, Nerdesperto, ou vocês estão tristes? É ruim ser Nerd?"
"- Não, amigos, não, muito pelo contrário! Ser Nerd é muito bom! Nós nos divertimos muito, do nosso jeito, e não prejudicamos ninguém! Mas o mais divertido é que nós, Nerds, como somos inteligentes, passamos em vestibulares para universidades boas, conseguimos bons empregos, ganhamos bastante dinheiro, e podemos depois rir da cara dos valentões que batiam na gente na época do colégio, quando os encontramos, tristes e pobres, e burros como sempre!"
"- Isso é maravilhoso, Nerdesperto! Por que a tristeza, então?"
"- Por sermos feios e esquisitos demais, nós não temos Nerdesposas. É muito triste, pois gostaríamos de ter a casa repleta de Nerdinhos, jogando videogame e lendo quadrinhos, mas faltam as Nerdesposas."
"- Entendemos", disse Pepe. "Passamos por situação parecida."
Logo, Barbânderson e os outros Nerds se levantaram e disseram:
"- Vamos, amiguinhos! Decidimos no Nerdebate que vamos acabar com Tramatanc! Não vamos deixar pedra sobre pedra, isso sim, Próton e Nêutron!"
Assim, todos marcharam para a planície de Vendecard, onde estava a editora de Tramatanc, com Mário e Pepe sendo levados por Barbânderson para testemunhar a destruição do local de trabalho de Cassaruman, O Manco.


Toca do Rio de Janeiro, Conselho Branco - uma Sociedade de Estudos sobre Tolkien no Brasil
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